Aos Meus Amigos
AOS MEUS AMIGOS
Este é, sem sombra de dúvida, o texto
que mais tive dificuldade em escrever. Talvez porque não é fácil ser aberta
relativamente a certos temas, talvez porque é difícil pedir desculpa, seja em
que circunstância for, talvez porque é preciso termos consciência daquilo que
somos, para sabermos do que precisamos.
Eu sou, sem sombra de dúvida,
uma pessoa que precisa de estar rodeado de poucos, mas rodeada daqueles que não
precisam de dizer o quer que seja para sabermos o que pensam. Amigos que não
nos pedem nada em troca. Amigos a quem não precisamos pedir desculpa. Amigos
com os quais podemos simplesmente ficar em silêncio. Amigos que estou a deixar
escapar da minha existência... Por minha culpa? Sem sombra de dúvida.
Mas por este lado, a coisa não
tem sido nada fácil... Vários anos em trabalho temporário, sem hipótese de ter
grandes férias. Mas antes, trabalho atrás de balcões, a aturar
<> muito estúpida, que não nutria qualquer vislumbro de
respeito pela pessoa que a estava a atender (sem qualquer desprimor para quem o
faz, mas eu realmente não tinha vocação/pachorra para tanta falta de
respeito!). Vá lá que no meio disto tudo, nunca a minha família mais directa me
largou, nunca a minha família mais directa se desinteressou aqui pela minha
pessoa, nunca a minha família mais directa me disse que eu não era importante.
Verdade seja dita, com eles posso sempre contar mas, lá diz a sabedoria popular
“os amigos são a família que escolhemos”. E aqueles que escolhi para fazerem
parte da minha vida estão, aos poucos, a deixar de fazer parte dela. A única
coisa que vos peço é que tenham paciência. Agora que a minha vida profissional
está FINALMENTE a estabilizar, talvez já vos possa receber de novo na minha
vida. Não posso, de modo algum, recuperar o que já deixei passar, mas posso
sempre construir novas bases para o futuro (i)mediato. Vou precisar do vosso
apoio para os meus próximos desafios... Kisses e desculpem este meu desabafo.
Sei que estão habituados a uma Vanessa forte, risonha e sempre bem disposta,
mas quem me conhece sabe que sou como uma barragem: vou enchendo, enchendo,
enchendo, até que chega o momento em que a barragem tem que abrir as suas
comportas e deixar tudo fluir. Eu estou nesse momento...